domingo, 30 de março de 2008

Torn


Beautiful dawn. Lights up the shore for me. There is nothing else in the world, I'd rather wake up and see. Beautiful dawn. I'm just chasing time again. Thought I would die a lonely man, in endless night.

Certo, quer saber a realidade? Eu tenho me sentido sozinha. E essa solidão não me cai bem. Ainda mais essa solidão, aquela que sentimos quando estamos perto de alguém.
Todos esses relacionamentos, que não não relacionamentos. Todos esses contatos vazios. De um lado eu tenho quase todas as noites, alguns beijos, algumas provocações, mas nada de sentimento. Algumas vezes, é foda. Mas é de uma maneira tão rápida, quando começa a ficar bom, para. E eu fico caida no chão, enquanto ele se vai. " Isto é como eu sinto, eu estou com frio e humilhada,
Falsa exposta no chão." Só que no resto daquele dia, houveram risadas, gracejos, até mesmo carinhos que fazem valer a pena. Eu vou cair novamente, porque sei que antes você vai olhar e sorrir. Porque dessa "relação" eu não quero mais nada, além de te levar café e você me fazer rir.
Sobre os beijos a noite. Eu gosto. Mas não é esse gosto que todos estão falando. Porque estão todos em cima dizendo o que supostamente eu deveria fazer. Porque ele não quer nada sério com você. Porra, e quem foi que disse que eu quero? Quem foi que disse que eu quero namorar? Não, meu bem, eu não quero. Eu quero só viver, sofrer, rir, brincar e dançar. E eu quero respeito também. Me fale o que irá fazer, quem irá levar. Ao menos eu acho que é isso que eu quero.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Essa carência...


Sentir saudades de não se sabe quem. A falta que alguém faz, sem se saber quem é esse alguém. Só se sabe que ele poderia fazer um carinho, dar um abraço, abrir um sorriso. Aquela horrivel sensação de se sentir mal amada. Nem verdade nem bem, nem mal. Não amada. Sozinha, com a companhia de si mesma, que

domingo, 16 de março de 2008

Ah! O Verão


Enquanto eu fujo você inventou, qualquer desculpa pra gente ficar. E assim a gente não sai, ese sofá ta bom demais. Deixa o verão pra mais tarde...

Dia 20 de março o verão acaba. Vai deixar acabar assim, desse jeito? Mas qual jeito, minha senhora? Oras, da maneira que estamos, ou na verdade, estavamos. Eu nunca fui de desistir, não é mesmo? Mesmo com todos os tapas na cara que eu levo da vida, e de certa forma, de você, eu não desisto. Pois foi muito bom, todos os momentos contigo, e eu disse que eu esperaria. E estou esperando, por mais que não seja algo tão na cara. Ta certo que você está com Niterói.
Poxa, verão com niteói... Esses nomes que de certa forma se encaixam. Vocês dois, com esse namoro a distância, mas aonde encontram tudo. Ela é a garota, não é!? Sendo ou não, eu não me importo, oras! Eu sinto falta do verão, do seu calor envolvente... O que eu quero, antes que ele acabe, é te ver! Por mais que os dias ficaram livres só quando ele acabar. Mas eu quero que você entenda o que será o dia 20 de março. Não é um fim, é só uma pausa, entende? Nesse tempo que passou, eu tenho estado até muito bem, mas você faz falta.
É que fui tudo tão rápido! Você apareceu rápido, e surgiu aquela amizade, e começamos a ficar, e depois já estavamos naquele nivel! Ah, maldita globalização! Já estava tudo indo tão rápido, e eu fui inventar de acelerar. Depois desse tempo, eu vi o certo, que teria sido deixar os passos terem ficamos mais lentos e ritmados.
E eu digo "cá" entre nós, deixa o verão pra mais tarde. Me deixa tentar ter de volta sua amizade, e fazer com que se torne algo sólido. Depois, se ainda valer a pena, como valeu a pena aquela última sexta do ano, vejo se devo tentar algum tipo diferente de envolvimento. Enquanto isso, vamos só sair e comer um pote de galak?

segunda-feira, 10 de março de 2008

Águas de Março

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo,é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto, é um pingo pingando,
É uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato,na luz da manhã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé

São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã,
É um belo horizonte, é uma febre terçã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, pedra, fim, minho
Resto, toco, oco, inho
Aco, vidro, vida, ó, côtche, oste, ace, jó

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.

sábado, 8 de março de 2008

Força, mulher!


Elas querem é poder!

Mães assassinas, filhas de Maria
Polícias femininas, nazijudias
Gatas gatunas, kengas no cio
Esposas drogadas, tadinhas, mal pagas

Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz

Garotas de Ipanema, minas de Minas
Loiras, morenas, messalinas
Santas sinistras, ministras malvadas
Imeldas, Evitas, Beneditas estupradas

Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz

Paquitas de paquete, Xuxas em crise
Macacas de auditório,velhas atrizes
Patroas babacas, empregadas mandonas
Madonnas na cama, Dianas corneadas

Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz

Socialites plebéias, rainhas decadentes
Manecas alcéias, enfermeiras doentes
Madrastas malditas, superhomem sapatas
Irmãs La Dulce beaidetificadas

Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz

quarta-feira, 5 de março de 2008

Strawberries purple


Se nós nas travessuras das noites eternas, já confundimos tanto as nossas pernas, diz com que pernas eu devo seguir. Não, acho que estás me fazendo de tonta, te dei meus olhos pra tomares conta, agora conta como hei de partir...

Ele veio, e já se foi. Faz poucos dias que ele foi embora, mas menor ainda foram os dias que fiquei com ele. Um final de semana, um pouco menos de 48 horas. Talvez umas 33 horas, para ser mais exata. E talvez agora, após essas horas juntos, eu consiga dizer o que sempre se perde no meio da garganta e do receio. Da sanidade, da vergonha, da ética, do medo. Não sei dizer por onde os pensamentos se perdem, realmente. Mas eu sei que eu gostei muito dessas trinta e poucas horas. Eu não tive mais aquela sensação que era inrreal, que parecia um sonho. Real, realmente eu estive com você.
No passado eu já escrevi sobre a vontade quase que insana de passa meus pés nos seus. Ficar deitada, me perdendo em seus olhos, e nossos pés se exfregando uns nos outros. Pode até parecer bobo... ORAS! Eu sou uma bobalona por sua culpa, é óbvio. E o você é um Bobalão!
Eu posso detalhar o que fizemos, até o que pensamentos! O que confubalamos, o que desejamos. Só que irei lhe falar, o que estava perdido. O motivo de eu não conseguir encontrar as palavras. Acontece, que meu amor mudou. I don't love you Like I did yesterday. É, não te amo como antes. Aquele amor doentio que me fazia chorar por horas. A raiva que eu sentia quando você sumia ou mesmo com uma frase, mesmo que tola. A saudade sufocante de não te ter por perto, de poder ao menos conversar. Ou mesmo o ódio de sentir que pra você não era nada, nem ao menos um brinquedinho para curtir nas férias. Todas as coisas que fiz, não fiz, comecei e terminei por sua causa. Toda aquela paixão que tanto me feriu e feriu os outros. O amor de passar dias sem dormir, sem comer direito, avoada, desligada se foi. Aquele amor, que te tal jeito, tantas vezes se transformou em ódio. Eu não te amo. Desse jeito, não.
Eu te amo de uma forma concreta, e até mesmo real. Te amo por todas as coisas que você deixa de fazer, e pelas que você. Pelo o seu jeito sorrir, de me olhar, o jeito que toma água, que se veste, que pensa, que fala, que come, que me beija, que me deseja. Te amo com os pés no chão. É um amor que amadureceu, e conseguiu sobreviver a tudo que passou.
Lembro de você achando graça, por eu ter o 'amor' e ainda usá-lo, e pelos pedaços de você que guardo. Me perguntando se eu não havia jogado fora, queimado. Pensei muitas e muitas vezes. E agradeço por não ter feito. Por mais que tudo aquilo esteja carregado de ódio, tem lembranças das boas coisas que passamos nessa época.
Não chorei no seu adeus, mas fiquei realmente triste. Chorei depois e choro agora. Mas como já disse antes, você mudou, e está me surpreendendo. Jamais esperaria ler que sou Sorriso entrelaçado por aço cirúrgico que dissolve rancores, olhos que aliviam pesos na alma, corpo que decora-me com prazeres. Odeio ela por me fazer desejá-la tanto que preciso odiá-la para não me perder de mim...
Sinto sua falta pelas ruas que caminhamos, te imagino nos lugares que ficamos. Tudo o que eu comi junto com você tem seu gosto. Sinto seus olhos me observado, mas você não está aqui. Só que eu sei que você, vai voltar. E eu, espero por nós, pelas nossas poucas horas. Mas preciosas...

segunda-feira, 3 de março de 2008

Rua Padroeira da Música.


Minha rua acordou mudada, os vizinhos não se conformam. A expressão em seus rostos é de tristeza. A tristeza causada por uma certeza quase que absoluta, de que a vida não seria mais a mesma. Saber que a vida levou embora um membro que pertencia a todas as famílias. Dona Cecília, a senhora de 78 anos que morava no final da rua, em uma casa amarela de janelas azuis, como seus olhos acolhedores, havia falecido na noite anterior.
E nessa manhã, os pais de família, não pegarão o trânsito matinal em direção ao trabalho. As crianças não têm um ar de sono, tão presente nas segundas-feiras antes de irem para escola. Afinal elas não irão para a escola. As mulheres da rua, com lágrimas nos olhos começam os preparativo para o velório.
A minha rua, Sargento José Bonifácio que fica na Vila das Palmeiras está órfã. Pois Dona Cecília era a mãe, tia e avó de todos nós, moradores da rua. Sejam os antigos, que se mudaram para lá, desde o final de Ditadura Militar, até o novo casal que chegou a pouco mais de um ano, estavam órfãos. Muitos podem achar um exagero isso, eu particularmente não acho. Por mais que tenha minha mãe todos os dias, Dona Cecília era uma espécie de segunda mãe para mim.
Ela era uma senhora que ajudava as mães solteiras da rua, e as casadas também. Que distribuía doces e histórias divertidas para as crianças. E sempre com um conselho para os rapazes, sejam eles jovens ou não. Dona Cecília morava sozinha em sua casa amarela, mas nunca estava realmente sozinha. Sempre tinha alguma mãe desesperada não sabendo como fazer com que seu filho comesse cenouras. Uma criança sentada numa cadeira da cozinha, devorando biscoitos recém-feitos, enquanto ouvia a história sobre Magos que viviam entre os Mortais. Ou um rapaz pedindo conselhos para conseguir criar coragem para chamar aquela garota que habita seus pensamentos. E no meio de seus conselhos, suas histórias, ela sempre cantava. Ah, como ela gostava de cantar. Nós dizia que a música limpa a alma das pessoas.
Os preparativos para velarmos sua alma, estavam prontos. Nós, por termos conhecido ela, sabíamos que ela não gostaria de um velório depressivo, como costumam ser os velórios. Em sua sala, haviam dezenas de cadeiras, e uma mesa repleta das guloseimas que ela tanto fazia. Tocava uma música antiga, da década de 40, que ela costumava cantarolar enquanto caminhava pela rua, cumprimentando seus moradores. Esses mesmos moradores, que ali estavam presentes, mesmo com todo o sentimento de solidão, sorriam ao falar sobre ela. Sobre como ela era importante e necessária em suas vidas.
Para mim, que junto com eles, me sinto órfão, me sinto triste e informado, não digo que ela era importante, necessária em minha vida. Seria matá-la mais uma vez. Dona Cecília, mesmo me magoando com sua morte, jamais deixará de ser importante. Tudo o que ela me ensinou, me mostrou, estará sempre presente. Para mim, ela ainda está cuidando de todos nós, moradores da Rua Sargento Bonifácio, que na verdade ira mudar o seu nome muito em breve.