quarta-feira, 5 de março de 2008

Strawberries purple


Se nós nas travessuras das noites eternas, já confundimos tanto as nossas pernas, diz com que pernas eu devo seguir. Não, acho que estás me fazendo de tonta, te dei meus olhos pra tomares conta, agora conta como hei de partir...

Ele veio, e já se foi. Faz poucos dias que ele foi embora, mas menor ainda foram os dias que fiquei com ele. Um final de semana, um pouco menos de 48 horas. Talvez umas 33 horas, para ser mais exata. E talvez agora, após essas horas juntos, eu consiga dizer o que sempre se perde no meio da garganta e do receio. Da sanidade, da vergonha, da ética, do medo. Não sei dizer por onde os pensamentos se perdem, realmente. Mas eu sei que eu gostei muito dessas trinta e poucas horas. Eu não tive mais aquela sensação que era inrreal, que parecia um sonho. Real, realmente eu estive com você.
No passado eu já escrevi sobre a vontade quase que insana de passa meus pés nos seus. Ficar deitada, me perdendo em seus olhos, e nossos pés se exfregando uns nos outros. Pode até parecer bobo... ORAS! Eu sou uma bobalona por sua culpa, é óbvio. E o você é um Bobalão!
Eu posso detalhar o que fizemos, até o que pensamentos! O que confubalamos, o que desejamos. Só que irei lhe falar, o que estava perdido. O motivo de eu não conseguir encontrar as palavras. Acontece, que meu amor mudou. I don't love you Like I did yesterday. É, não te amo como antes. Aquele amor doentio que me fazia chorar por horas. A raiva que eu sentia quando você sumia ou mesmo com uma frase, mesmo que tola. A saudade sufocante de não te ter por perto, de poder ao menos conversar. Ou mesmo o ódio de sentir que pra você não era nada, nem ao menos um brinquedinho para curtir nas férias. Todas as coisas que fiz, não fiz, comecei e terminei por sua causa. Toda aquela paixão que tanto me feriu e feriu os outros. O amor de passar dias sem dormir, sem comer direito, avoada, desligada se foi. Aquele amor, que te tal jeito, tantas vezes se transformou em ódio. Eu não te amo. Desse jeito, não.
Eu te amo de uma forma concreta, e até mesmo real. Te amo por todas as coisas que você deixa de fazer, e pelas que você. Pelo o seu jeito sorrir, de me olhar, o jeito que toma água, que se veste, que pensa, que fala, que come, que me beija, que me deseja. Te amo com os pés no chão. É um amor que amadureceu, e conseguiu sobreviver a tudo que passou.
Lembro de você achando graça, por eu ter o 'amor' e ainda usá-lo, e pelos pedaços de você que guardo. Me perguntando se eu não havia jogado fora, queimado. Pensei muitas e muitas vezes. E agradeço por não ter feito. Por mais que tudo aquilo esteja carregado de ódio, tem lembranças das boas coisas que passamos nessa época.
Não chorei no seu adeus, mas fiquei realmente triste. Chorei depois e choro agora. Mas como já disse antes, você mudou, e está me surpreendendo. Jamais esperaria ler que sou Sorriso entrelaçado por aço cirúrgico que dissolve rancores, olhos que aliviam pesos na alma, corpo que decora-me com prazeres. Odeio ela por me fazer desejá-la tanto que preciso odiá-la para não me perder de mim...
Sinto sua falta pelas ruas que caminhamos, te imagino nos lugares que ficamos. Tudo o que eu comi junto com você tem seu gosto. Sinto seus olhos me observado, mas você não está aqui. Só que eu sei que você, vai voltar. E eu, espero por nós, pelas nossas poucas horas. Mas preciosas...

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