sábado, 16 de fevereiro de 2008

Inenarrável

Woke from dreaming but it took convincing. I was shaking screaming I was still alive. And you were picking strangers by the side of roadways. Little little let the danger unfold.

Realmente ainda não sei como descrever tudo. Quem sabe eu não queira contar tudo. Sinto como se não tivesse acontecido. Sou felicidade, mas uma felicidade confusa. Seu plano de fazer as coisas para me confundir, deu um belo resultado. Não consigo me lembrar de tudo, mas me lembro das coisas mais belas. Pois eu vi a sinceridade em seus olhos, e isso até me assustou. Fico até sem graça, de lembrar da ponta dos seus dedos, escrevendo 'eu te amo' nas minhas costas. De como não parei de sentir os seus carinhos, seus beijos e seus olhares.
Engraçado como ainda não consigo escrever sobre toda essa noite. A formatura da Bela, e o quanto ela estava Bela! Como foi divertido, subir nas caixas de som, para tentar vê-la. Nós, falando sobre o futuro dela, sem tocar no assunto do 'nosso' futuro. Você ira ter um diploma de ator, e eu de professora. Enquanto ira quebrar a cabeça tentando entender as ações e pensamentos de um personagem, vou me matar lendo sobre mitologia. Mas o que importa, é que vai estar longe. Sempre esteve, né? Ira fazer 4 anos, tudo isso!
Quatro anos... eu andando com saia longa e meias listradas, botas de combate! Te procurando no meio de tanta gente. Quando finalmente de achei, senti aquele frio na barriga! Me lembro de ficar deitada na grama, em cima das suas pernas, sem saber direito porque estava lá. Me lembro das suas mãos nas minhas, e da sensação de saber que aquilo acabaria em beijo. E você me beijou! Acho que foi a primeira vez que alguém veio me beijar. Me lembro melhor ainda, de como não dormi aquela noite, uma mistura de medo e ansiedade, imaginando como seria o outro dia. Naquele dia, eu te beijei. Foi tão bom, passar todas aquelas horas contigo. Ganhei um presente! O kanji do amor, ou yatta! Segundo suas palavras. Ficou comigo, sentado no ponto, esperando o ônibus para eu ir embora. Como eu não queria ir...
Como eu chorei de raiva, por você não ir na outra semana. Não acreditei nem um pouco, quando disseram que você estava de cama, praticamente morrendo. Além da diversão de ouvir comentários sobre um casal que fez sexo no gramado. PUFT! Deveriamos ter feito, ao menos dar mais realidades para os boatos.
Mas eu recebi uma visita! A visita de um doente, cuspindo sangue. Tudo bem, eu também estava doente. Passamos o dia vendo o filme do cachorrinho, a batalha entre covers (Até hoje, acho ridiculo o Nightwish ter ganho! Qual é, Angra cantou Pegasus Fantasy!) e assistimos Gunslinger Girls. Passe o tempo que passar, toda a vez que ouvir a abertura, ou qualquer música do The Delgados, irei lembrar de você. E quando como pão com queijo branco, também me lembro. Parece que tem seu gosto. Você dormiu na sala, e quando voltava da cozinha, depois de beber água, de madrugada, eu lhe dei um beijo e fiquei vendo você dormir. Lembra das noites que te vi dormir... Então você se foi, recebi meu primeiro adeus. E quando eu pedi pela promessa.
Te perguntei muitas vezes, porque eu? Porque ficou comigo, me deu carinho, me deu atenção? "Seus olhos" foi o que ouvia. Me disse muito mais, sei que disse. Mas não me lembro. Esqueci por achar que era melhor. Consigo me lembrar, que disse que quando voltasse, queria me ver feliz e com alguém. Se passou quase um ano, quando você voltou. Mas é claro, que não ficou comigo, dã! Nossa, como aqueles dois dias foram dificeis. Andar por aquele lugar, e lembrar que tinha estado contigo, mas esse ano não. Ficava de longe, observando, com uma mistura de raiva e tristeza. No último dia, fiquei com alguém do passado, por raiva de você. Então, no fim, apareceu. E numa mistura de uma bricandeira... Maldita ou abençoada bala de abacaxi? Parece que ainda sinto você tremendo. Fui para casa, e quando cheguei, um telefonema. Está na época da visita! E não é que lá estava você, sentado no meu sofá, arrumando os óculos. Tudo o que eu fazia, você dava palpite, me observando, reclamando! E filosofando... Mais um adeus. Depois veio uma carta, que não me canso de ler até hoje. Eu te amo mais do que amiga, e muito tempo.
Mas você se foi, certo? Então, eu comecei a namorar. Por sua culpa. E por sua culpa, eu dei 'um tempo' quando você ia vir. E você veio! E foram três dias, todos ótimos da sua forma. Mas a ultima hora, no domingo, aquilo que aconteceu. Já sabe que eu não queria que tivesse ido. Só que cumprir a promessa daquele jeito. Ao menos, foi nesse dia que achamos estrelas nas árvores. Me disse "até breve" e se foi. Achando que iria te ver de novo, enquanto estava aqui, terminei de vez o namoro. Mas não veio. Achando que iria vir nos próximos meses, não aceitar voltar. Mentiras... Foda-se que verdades e mentiras não existem, não foi sincero! Me fazia acreditar que estava aqui, me fazia contar os dias. Sabe de uma coisa, vai a merda!
Então, eu te apaguei. E por vontade, comecei um namoro, mas a distância. É meu bem, eu não aprendo. Mas até que foi bom. Não passei aqueles dias tão mal, pois além de não estar sozinha, você não estava lá. Nesse tempo, eu pergutava por ai, como você estava. Uma vez, até eu mesma perguntei. O importante, mesmo, é você estar bem. Consegue imaginar a saudade que senti de você todo esse tempo?
Então, o fantasma voltou, me deixando completamente confusa. Já não tinha mais namorado, e cada vez menos confiança. O verão me deixou realmente mal, Mr. Orange me curou um pouco. Mas só você que me faria fugir, ou mesmo ficar esperando, tanto tempo. Lhe disse e repito, eu esperei bastante tempo, e espero mais ainda, se for preciso. Esperei você se achar. E espero seus quatro anos de faculdade com novas experiências. Vou precisar de visitas anuais, certo? E quando for sumir, pois eu sei que vai, me avise. Me dê dias para contar. Me ligue quando eu menos esperar, e responda direito os meus Eu Te Amo. Pois eu consegui dizer, pela primeira vez, olhando para esses seus olhos verdes, o quanto eu te amo. Essa nossa história, é realmente complicada. Chega a ser bizarra! Mas é bonita... tão bonita quanto joaninhas, meu bem.
ps.: A promessa ainda não foi cumprida.

Um comentário:

  1. ... mas se o que era o nosso leste virou o seu oeste, e foi de lá que eu vim, como ei de partir sabendo que volto para algo que já se devorou?

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