quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Vaga-lumes

Me faz um carinho, me toque mansinho.
Me conta um segredo, me enche de beijo.
Como eu te valorizo, eu te espero acordar.

Estavamos sentadas na janela, e juntas olhavamos para as estrelas. Ela estava com o cabelo solto e o vento fazia cócegas no seu rosto. As suas mãos tocaram meus pés, alisando meus sapatos de salto alto. Ela deu uma risada suave. Eu respirei fundo e disse:

- Você não quer ser vista com eles, acredite.
- Então o que eu quero?
- A lua?
- Gosto mais de estrelas.
- Você gosta de ver estrelas? Isso pode ser providenciado.

No fim da rua, sentado num banco, um homem de chapéu olha para o apartamento 23, que fica do outro lado da calçada. Ele tem um jeito galanteador e sorri levemente para as pessoas que o olham. Ao seu lado, existe uma luminária enferrujada, bem antiga. E dentro dela, você consegue ver dezenas de vaga-lumes.

- Clarisse.... vai se comportar, querida?
- Nao. Eu vou roubar seus sapatos e ficar acordada até tarde. Irei brincar por horas e horas, até ficar bem cansada. Eu posso descer agora para pegá-los?
- Paciência... Você vai ter que parar de caçar borboletas, sabe disso.
- Eu paro. Vaga-lumes sao bem mais interessantes que borboletas. Posso ir agora?
- Pode, cherry.

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