sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Amor Platônico

Tire suas mãos de mim. Eu não pertenço a você.
Não é me dominando assim que você vai me entender.

Quatro anos, três meses, quatro dias e algumas horas.
É um bom tempo, certo? Longo de um ponto de vista, e rápido de outro. Foi no dia 26 de setembro de 2004 que eu descobri que gostava de você. Foi por essa paixão por você que eu aprendi e descobri tantas coisas novas. Legião Urbana, poesia, teatro, coragem.
Normal, você diria pra mim. Você fez com que eu contasse, que a menininha do teatro que gostava de você, era eu, mesmo já sabendo. Para eu aprender a ter coragem. "Anti-ético" você me disse, e eu tentei aceitar. Lembra de quando eu te liguei, e perguntei se tinha chance de te dar um beijo? Com aquele seu jeito você disse que não, mas sem ser grosseiro. Era gostoso o medo que eu sentia, ao ligar pra você, para fazer as perguntas mais idiotas do mundo! Todas aquelas sensações que valiam a pena. O frio na barriga quando ia te ver... nada se compara a isso.
O tempo foi passado, e antes de completar um ano dessa minha paixão, eu vi seus lábios na boca de outra. E ajudei nisso, o que chega a ser mais bizarro! Não me arrependo... fiquei triste, mas feliz. Pois você estava feliz... e acompanhei toda a história que escreveu com ela. A menina Wendy, que para os meus olhos nunca vai ser adulta. Será sempre a minha Wendy, ou mesmo Clarisse e seus 14 anos. Ver o quanto ela te amou, o quanto lutou pra ter você, e como você confiava nela, e como essa história foi anti-ética! O senhor pudor, ficando com uma garotinha de 14 anos. Sua aluna. Eu era sua aluna. No dia em que deixei de ser menina, ela se tornou mulher com você. Confesso, queria ter estado no lugar dela. Confesso, que não aguentaria tudo o que ela passou nesses quase três anos com você. Nesse "namoro" escondido. Você errou tanto com ela! Não precisava de mais nenhuma garota, tinha a Wendy, a nossa Wendy que crescia, que ganhava formas e cabeça.
Então, sem mais beijos, acabou o sexo, e vi ela sofrer. E você sorrindo, com a sua Miss. Não sei se teria aguentando como ela, mas ela ficou firme, e surpreendeu todos nós. E a poucos dias atrás, soube que sua mão pousou de novo na perna dela. Agora foi nossa Wendy que disse que aquilo era só entre os dois, que não era para contar. Ela cresceu, e de uma forma bela, como só a menina do Peter Pan saberia... Ela não te ama mais. Minha vontade é que você a ame incontrolavelmente e sofra por ela.
E comigo? Como quero que seja comigo? Já não existe um contato descente e a muito tempo. Eu sumi, e me escondi, eu me protegi, e me salvei. A locura que teria chegado, de estar perto e não te ter. Você-sabe-quem é um amor para poesias. É para abrir a gaveta e achar recordações: o ingresso da peça, seus dois poemas, sua foto, pedaços de um passado. É para quase chorar de emoção ao lembra que "nunca conheci quem tivesse levado porrada"
Adoro o seu jeito. As vezes é melhor simplificar as coisas e exergá-las como elas realmente são.
Essas suas palavras eu jamais vou esquecer. E sei, que do seu jeito, jamais ira esquecer, o poema que te escrevi. Um entre tantos que foram pra você. Aquele que consegui explicar tudo, e dizer o que ia fazer. Aquela que você guardava na carteira.
Me sinto num delírio, e tudo aquilo era só o vento.

Eu posso estar sozinho, Mas eu sei muito bem aonde estou.

Você pode até duvidar... Acho que isso não é amor!

Um comentário:

  1. Et cetera e fugir do presente como medo do futuro para nunca ter um passado . Existe mais.

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