quinta-feira, 23 de julho de 2009

Clarisse


Clarisse está trancada no seu quarto com
seus discos e seus livros, seu cansaço.

Clarisse está no alto da escada sentada. Ela está com um olhar triste, enquanto vê todo o caminho que percorreu para chegar até lá em cima.
Não existe tristeza pelo caminho. Na verdade, só sorrisos sinceros. É por estar no alto da escada que ela está triste. É por estar lá sozinha.

Um senhor de chapéu se aproxima de mim e pergunta com a voz suave.

- O que aquela garotinha está fazendo ali em cima?
- Ela não consegue descer. Não sei se é medo, ou se ela não quer descer.
- Ora! Mas temos que fazer algo, ela não pode passar a noite ali!

Eu olhei pra ele com curiosidade. Mas que sorriso era aquele? Sim, ele estava preocupado com Clarisse. Só que ao mesmo tempo, ele sorria como um galanteador para mim.

- Si.... sim! Ela tem que descer! Como fazer isso?

Ele tirou o chapéu e colocou no primeiro degrau. Começou a subir lentamente, olhando fixamente para Clarisse que tinha se espantado com aquilo.

- Olá querida. Quer me contar o que está fazendo aqui em cima?
- Eu... segui uma porção de vaga-lumes que voaram até aqui.
- Oh! Vaga-lumes? Que divertido e interessante. E como foi seu passeio?
- Foi lindo senhor! A porção de coisas que eu vi, foi fabuloso! Eu até poderia descreve-las, mas perderia metade do encanto.
- Entendo. Mas os vaga-lumes foram embora, e você não pode simplismente ficar aqui, sentada sozinha, esperando que eles voltem. Eu temo... que eles não vão voltar.

Pela primeira vez, Clarisse olhou pra mim. Eu vi, seus olhos pesados, de lágrimas e de sono. Eu vi a pergunta em seus olhos, querendo saber, se era verdade. Era verdade, eles não vão voltar.

Então ela desceu correndo! Como se tivesse tomado um susto muito grande. Ela desceu e pulou nos meus braços e começou a chorar, feito a criança que ela é.

O Senhor desceu calmamente a escada, pegou seu chapéu e o colocou de volta na cabeça. Se aproximou de mim e deu um beijo suave na bochecha de Clarisse.

- Adeus, cherry.

Enquanto ele caminhava de volta de onde veio, que por sinal eu não sei daonde tinha sido, eu vi preso em seu cinto, uma luminária antiga cheia de vaga-lumes dentro.

2 comentários:

  1. Que triste ._.

    a verdade as vzes dói ham! =/

    essa clarisse me lembra tanto a alice, curiosa seguiu "algo" até um lugar e se "deu mal" :/ triste, muito triste...

    Amei!
    Vc podia fazer um llivro desse jeito hmmmm

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