sexta-feira, 31 de julho de 2009
stop-me
Vi uma menina, com os cabelos ruivos trançados, dançando como uma bailarina. Ela tinha um sorriso doce e cantava para si mesma, enquanto girava em torno de si.
- Eu mordia os dedos até fazê-los sangrar.
Do outro lado, o vizinho do apartamento 15 cria coragem para falar com a garota da porta ao lado. Ele respira fundo e ajeita os óculos de grau em seu nariz, enquanto com a outra mão, bate na porta dela.
- Eu sinto o arranhado do meu pescoço e meus braços. Mas eu não sinto o ar entrando e saindo uniformemente dos meus pulmões. Meus dedos não estralam mais.
Outro grito. Não deveríamos julgar as pessoas, mas todos acham que não é tratando a filha desse jeito que a mãe dela vai conseguir algum respeito. Ou que seu marido volte.
- Eu já ouvi uma, duas e outras incontáveis vezes. A lógica fica se repetindo. É simples, exageradamente simples. Devo ser burra para não conseguir compreender e concordar.
O senhor olha para todos os lados. Sozinho, finalmente. Pega um cigarro amassado do seu bolso e o acende na terceira tentativa. Traga e solta fumaça. Sim, está bem mais calmo agora.
- Eu estou tentando, de verdade. Eu quero que esse frio na minha barriga pare. Preciso parar de ficar relembrando e relembrando.
Tem uma mulher sentada no chão da sala. Ela está olhando pela sua janela as pessoas viverem. Quem vê pode não acreditar, mas falta pouco para ela sair gritando.
- Eu tenho que respirar, não tenho? E tenho que parar de sentir essa esperança que ele vai mudar de idéia. Nada mais que eu disser, vai mudar alguma coisa. Só vou ficar cada vez mais... Ridícula.
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