domingo, 26 de julho de 2009

Olhos de ressaca

Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles,
"olhos de cigana oblíqua e dissimulada."
Eu não sabia o que era obliqua, mas dissimulada sabia.

Eu usaria os seus, se pudesse.

Ressaca... Não, não é a ressaca causada pelos copos de whiskey que toma na madrugada.
É outra ressaca. É a ressaca do mar com aquela onda cava e profunda que ameaça avançar e tudo tragar. Olhos que te puxam pra dentro e lá te dilaceram.

E esses olhos de ressaca, estão dentro de 'olhos de arlequim'. Sabe como eles são? O fim deles é curvado para baixo, como se fossem tristonhos. Mas os teus, tem alegria demasiada. Tem o exagero da vida.

[...]

Queria fechar os meus olhos, os olhos tão expressivos que tenho, e parar. Parar de me expressar, de lembrar, de pensar e até mesmo de querer. Mas o que acontece é que quando eu fecho meus olhos eu estou perdida no mar, sendo levada pela ressaca.

Ah, eu analisei tanto os olhos, que realmente me perdi. No fim, meu medo aconteceu:

- Medo de fazer análise e perder a inspiração.

Um comentário:

  1. Inspiração pra quê, você por inteira é feita de palavras belas e pensamentos curiosos!

    u.u inspiração de nda adianta se você não tiver a essência. e isso transborda de ti garota.

    Amei, claro, nenhuma novidade!

    Eu normamente me perco é nos seus textos, não do jeito burro de não entender, mas de tão profundos que são! *-*

    Love u <3

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